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Coluna do LAM

E Niterói, governador?

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Nunca antes na história desse país uma autoridade do Executivo listou 203 (!!!) prioridades (ou metas) para 60 dias de governo, como fez governador Wilson Witzel em seu discurso de posse. O mais grave: Niterói sequer foi citada.

A cidade não mereceu uma mísera referência pública na campanha, na posse e muito menos agora, mas presenteou com sua confiança o então totalmente alienígena que teve uma vitória eleitoral surpreendente. Witzel levou com 38,3% dos votos para governado no segundo turno com 103.164 votos. Espero, sinceramente, que depois de quatro anos não digam que Niterói vota mal.

A cidade exige o básico: mais polícia, mais hospitais gerais (o Azevedo Lima, sozinho, não suporta a demanda), mais Lei Seca, enfim, mais governo.

Não conheço e sequer ouvi falar de nenhum eleitor do governador, mas deve haver entre eles o clássico argumento de que o governo acabou de começar, não tem nem um mês, mas isso não muda nada. Pelos sinais, a geopolítica que habita a cabeça do governador ignora Niterói.

W.W. passou a semana reclamando da dívida do Estado do Rio (até os pombos sabem que o Estado faliu há anos, nas mãos da corrupção), fez até flexões na troca de comando do Batalhão do Bope (foto), lamentou mortes e outras a vítimas do terror. Mas parece ainda estar curtindo o vedetismo da vitória e da fama repentina. Não esconde que é candidatíssimo a presidência da República.

Há uma informação não confirmada de que na semana que vem W.W. deverá aparecer em Niterói. O que a cidade espera do governador não são elogios, sorrisos, medalhas, troféus, faixas de seda. A cidade exige respeito e consideração. Respeito e consideração que o presidiário e ex-governador Pezão jamais teve pela cidade onde hoje, por ironia, está preso. Como se sabe, o ex-governador está encarcerado (sem previsão de soltura) na unidade prisional Vieira Ferreira Neto, que fica no Fonseca e é vizinha a outras duas penitenciárias; uma para funcionários públicos e a segunda, presos em regime semiaberto.

Desde 1998, todos os quatro governadores eleitos para comandar o estado foram presos por corrupção. Antes de Pezão, Anthony Garotinho, Rosinha Garotinho e Sérgio Cabral foram parar na cadeia.

                                                    @@@

@ Inchando descontroladamente, sem infraestrutura, praticamente abandonada, a Região Oceânica continua apanhando. Quarta-feira passada, de manhã cedo, os assinantes da Vivo que moram no Campo Belo e entorno (próximo a entrada de Itacoatiara) ficaram com todos os serviços fora do ar até a manhã de quinta-feira.

@ Novidade no cruzamento de ruas Álvares de Azevedo e Gavião Peixoto durante o dia. Bandidos disfarçados de pedintes, armados, tem assaltado motoristas. Quarta-feira, meio dia e meia (!), ruas lotadas, um deles fez várias vítimas. Aproveita que não há guardas municipais e muitos menos de trânsito no local.

@ A luz voltou a piscar em São Francisco e Charitas. Sobrecarga por causa do calor. A empresa distribuidora, que não é incomodada pelas autoridades, não investe e já disse que não pode combater o roubo de energia em comunidades como o complexo do Preventório porque o tráfico não deixa.

@ Até quando o governador Witzel vai deixar que o 12º. Batalhão da PM, que já não tem efetivo suficiente para aguentar Niterói, tem que atender também Maricá?

@ Sabem a modinha de brincar de primeiro mundo levando o cachorro para passear na rua, mas recolhendo as fezes e colocando num saco plástico? A modinha passou. Quem anda pelo miolo de Icaraí tem que olhar fixamente para o chão onde os pets disparam seus mísseis e os donos deixam pra lá.

Luiz Antonio Mello

Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.

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