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Dinheiro para cinema tem, saúde não

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Em uma cidade que não possui um pronto-socorro digno e eficiente, que conta apenas com uma única emergência funcionando precariamente no Hospital Carlos Tortelly, no Bairro de Fátima, repleta de gente sofrendo pelos corredores, não se compreende por que a Prefeitura que já havia dado R$ 7 milhões à UFF para a universidade comprar o prédio do Cinema Icaraí, vai desembolsar agora mais R$ 45 milhões, sendo R$ 10 milhões para a reforma do cinema e R$ 35 milhões para finalizar as obras do Instituto de Artes e Comunicação Social (IACS), da UFF.

O que Rodrigo Neves deveria cobrar da UFF, que tem um orçamento anual de mais de R$ 2 bilhões, era o início da obra do cinema, já que a universidade recebeu verba do município, mas está esses anos todos sem, ao menos, cuidar de evitar maior deterioração do prédio da Praça Getúlio Vargas. E mais, ainda. A universidade deveria reabrir o pronto-socorro do Hospital Antonio Pedro de que tanto carece a população niteroiense.

Agora, com a crise econômica que o país atravessa, com 14 milhões de desempregados, a população, sem aumento de salário e enfrentando um custo de vida caríssimo, está deixando de pagar os planos de saúde, aumentando a demanda por socorro médico público. O único pronto-socorro que Niterói tinha, o Antônio Pedro, continua há anos fechado, atendendo apenas os casos referenciados.

O Conselho Universitário da UFF, que precisa ser consultado, bem como ouvida a Câmara de Vereadores, deveriam mostrar ao reitor Antônio Cláudio Nóbrega e ao prefeito Rodrigo Neves, que a abertura da emergência do Antônio Pedro e a aplicação de mais recursos e apoio para o Carlos Tortelly são mais importantes para a cidade do que a reabertura do prédio do Cinema Icaraí.

A UFF, bancada pelo Governo Federal através de impostos pagos pelos contribuintes, deveria, isto sim, contribuir com a cidade apresentando projetos nas mais diversas áreas, principalmente nas de saúde, educação, meio ambiente, saneamento, assistência social, engenharia e arquitetura para atender as camadas mais pobres da população.

E a Prefeitura, que cobra um dos IPTUs mais caros do Brasil, devia aplicar o dinheiro arrecadado em favor do munícipe, oferecendo melhor assistência médica, a abertura de novas creches, melhor assistência à educação e maior cuidado com as ruas, hoje totalmente esburacadas, recuperando calçadas, a maioria destruídas, e prestando assistência social ao pessoal de rua, que vive amontoado embaixo de marquises ao deus-dará.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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