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Crimes seguem sem controle em Niterói que gasta milhões com câmeras e microfones

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Homem arranca o balaústre da entrada do restaurante Seven Grill, em Icaraí / Reprodução da internet

Os roubos e furtos continuam dando grandes prejuízos a moradores e comerciantes de Niterói. É frequente a divulgação de vídeos mostrando a ação impune dos ladrões. Mas preocupado com seu marketing político, o prefeito Rodrigo Neves – agora em terceiro mandato – continua gastando dinheiro público com milionários sistemas de segurança, enquanto crimes seguem sem controle em Niterói.

Em 2016 ele comprou de uma empresa espanhola o projeto para a instalação do Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) para monitorar a cidade. Agora anuncia com regozijo a compra feita no ano passado do software ShotSpotter, que através de microfones a serem espalhados em Niterói deverá identificar disparos de armas de fogo. O município comprou sem licitação o sistema pagando R$ 5,294 milhões a uma empresa norte-americana.

Não adianta a Prefeitura gastar milhões com o Cisp, nem investir fortunas para subsidiar a Polícia Militar e a Polícia Civil, se não tiver um projeto de segurança pública eficiente e que realmente funcione. A tecnologia é essencial, mas também é fundamental garantir a presença de policiais nas ruas. Sem isso é difícil frear a onda de assaltos que assola Niterói em quaisquer horas do dia ou da madrugada.

Na madrugada desta quinta-feira (05), o restaurante Seven Grill, localizado em Icaraí, teve seu balaústre de alumínio furtado por um ladrão que agiu com absoluta tranquilidade. Levou cerca de três minutos para realizar o furto e sair andando tranquilamente pela deserta Avenida Sete de Setembro, possivelmente à procura de uma nova vítima.

De que adianta o prefeito colocar câmeras e microfones pela cidade? Pelo visto, nem o Cisp, a PM ou a Guarda Municipal estaria dando expediente durante as madrugadas, quando acontece o maior número de furtos.

O sistema ShotSpotter, apesar de sua implementação em cidades como Nova York, Miami e Chicago, tem sido alvo de intensos debates e questionamentos nos Estados Unidos. Especialistas em segurança pública apontam falhas na precisão do sistema, alegando que ele pode gerar falsos positivos, confundindo outros ruídos urbanos com disparos reais. Além disso, há preocupações com privacidade e impacto operacional, levantando dúvidas sobre sua real efetividade na redução da criminalidade.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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