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CISP: Câmeras para inglês ver

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Onipotente, prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, gastou mais R$ 2 milhões (além dos R$ 20 milhões do Cisp) para monitorar a cidade direto de seu gabinete. Sistema parou de funcionar antes de completar um ano

Esta semana estão funcionando apenas 49 das 300 câmeras prometidas pelo prefeito Rodrigo Neves para monitorar Niterói. Foram gastos R$ 20 milhões para a construção do Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) e contratada a empresa espanhola de tecnologia El Corte Inglés, mas como não foi instalada nenhuma rede de internet exclusiva para o Cisp, fizeram uma gambiarra pendurando a transmissão de dados das câmeras na rede da UFF, que tem outra finalidade e que já é dividida com as secretarias de Saúde e de Educação.

Apesar de o prefeito bater bumbo dizendo que cuida da segurança pública, mesmo sendo esta uma atribuição estadual, como sempre enfatiza, o investimento elevado feito pelo município somente serviu até hoje para propaganda política de Rodrigo.

Para se mostrar onipresente e onisciente, Rodrigo Neves dispõe desde julho do ano passado do Painel de Gestão e Monitoramento, um “Cispinho” dentro da sala de reuniões de seu gabinete, que custou mais R$ 2 milhões, mas os monitores nunca funcionaram porque não há conectividade com nenhuma rede de transmissão de dados. A desculpa, agora, é a de que caiu um raio próximo e destruiu o equipamento.

Com a rede de dados sobrecarregada, as poucas câmeras do Cisp geram imagens destorcidas que perdem a finalidade do monitoramento de Niterói

Quando o prédio do Cisp ficou pronto no Trevo de Piratininga, numa obra superfaturada, com colocação até de vidros blindados, a empresa El Corte Inglés, escolhida para fazer o monitoramento da cidade através de câmeras, ao apresentar o projeto técnico para instalar o sistema surpreendeu a todos, principalmente ao secretário de Ciência e Tecnologia, na época, Luiz Andrade, dizendo que a prefeitura teria que providenciar a conectividade.

A rede de dados sobrecarregada utilizada pelo Cisp resulta em imagens destorcidas nos monitores. A prefeitura contratou, então, a MJC e a Eco Sistema, ambas de um mesmo grupo, que passaram a usar a rede já utilizada pelas Secretarias de Educação e de Saúde. Durante o dia, com o movimento intenso nas escolas e nas unidades de saúde, essa rede fica sobrecarregada, afetando a qualidade da transmissão de imagens das câmeras do Cisp.

O projeto já se mostrou capenga desde a inauguração no dia 10 de agosto de 2015, por Rodrigo Neves, o governador Pezão e autoridades de Segurança Pública.  De lá para cá, a prefeitura instalou apenas 40 por cento das 300 câmeras fixas prometidas.

Das 50 câmeras móveis previstas no projeto só instalou uma, mas compraram depois outras 50 câmeras móveis que estão encaixotadas na garagem do prédio do Cisp. Compraram também 20 câmeras de leituras de placas de veículos, mas instalaram somente uma na ponte Rio-Niterói, que não funciona. Depois adquiriram mais 20 câmeras de leitura de placas, que se encontram guardadas na embalagem.

Em toda a Região Oceânica, só há uma câmera fixa instalada, que fica no prédio do Cisp. Nos bairros de Santa Rosa, Jardim Icaraí e Vital Brazil, as câmeras não funcionam. No Cubango não há nenhuma. No Fonseca, todas as que haviam foram roubadas.

Segundo técnicos, o lugar escolhido para sediar o Cisp tinha que ser outro, teria que ficar em um ponto central do município, como São Francisco para cobrir todo o perímetro de maneira mais uniforme facilitando a transmissão de dados.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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