Choveu muito esta madrugada (14) em Niterói, mais ainda nas contas do prefeito Axel Grael que diz ter havido uma precipitação pluviométrica de 120 mm. A informação não bate com a do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Sua estação meteorológica instalada em Niterói marcou, como ápice da chuvarada, 31mm às 3h da madrugada (veja o gráfico).
O INMET é um órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária e representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial desde 1950. Já a Secretaria Municipal do Clima, que segundo Grael informou ter acontecido uma chuva apocalíptica em Niterói, foi criada por ele há dois anos, acolhendo como secretário um correligionário que não conseguiu se eleger vereador.
O prefeito botou a berrar as sirenes instaladas nas comunidades do Morro do Estado, Morro da Penha, Boa Vista, Jurujuba, Cavalão, Preventório e Morro do Palácio. Além do toque irritantemente monocórdio, uma voz recomendava moradores a deixarem áreas de risco e procurarem pontos de abrigo.
Uma providência a lá Pôncio Pilatos. Grael lava as mãos para o caso de algum grave acidente que poderia ser evitado se Niterói tivesse, com os bilhões que tem em caixa, uma política habitacional séria. Ao contrário, o prefeito culpa São Pedro e recomenda seus munícipes a se virarem.
Além das sirenes, que ainda tocam nesta manhã de domingo, o prefeito correu às redes sociais (nunca dá entrevistas) para dizer que estava com “mais de 350 agentes da Prefeitura de Niterói atuando nas ruas para mitigar os impactos da chuva”.
Entre eles, enumerou equipes da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (Seconser) e da Companhia de Limpeza de Niterói (Clin), além da Defesa Civil, da Assistência Social, da Nittrans e do Samu.
Pelo visto, somente se lembrou, depois da chuva, que os bueiros da cidade precisam estar limpos para escoar o aguaceiro.
Com tantos bilhões arrecadados com os royalties do petróleo, Niterói já poderia ter reformado sua rede pluvial para evitar que, com qualquer chuvisco, a cidade vire uma grande poça d’água. Mas, não. A cidade permanece dependente de uma rede que já tem mais de um século de instalação, principalmente no Centro.
A rede pluvial continua, assim, esquecida embaixo da terra niteroiense. Não a reformam nem quando gastam dezenas de milhões em obras faraônicas como a do Parque Poliesportivo da Concha Acústica.
Ali naquele ponto em frente ao Clube Canto do Rio e arredores sempre há transbordamento, quando chove mais. E isto se repete na manhã de hoje, a despeito dos R$ 100 milhões que Grael diz investir nesse projeto marqueteiro.
A verba bilionária de Niterói é aplicada em outros interesses políticos do grupo de Grael e Rodrigo Neves. Serve para custear mais de 65 secretarias, entre essas a do Clima, que efetivamente parece pouco contribuir para mitigar os deletérios efeitos dos eventos naturais, extremos ou não, na terra de Arariboia.
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