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Cavalos na orla de Charitas expõem risco ambiental e falta de fiscalização

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Cavalos continuam na orla de Charitas, enquanto prefeitura de Niterói ignora denúncias de moradores

A imagem de um cavalo branco amarrado a uma árvore na orla do bairro de Charitas, em Niterói, vem se somando a uma série de denúncias de moradores sobre o abandono de animais na região. O flagrante, feito durante o amanhecer desta quarta-feira (16), ilustra um problema que tem se agravado: a presença recorrente de equinos soltos ou amarrados em áreas urbanas e de preservação ambiental.

Segundo relatos de frequentadores do calçadão e da praia, os animais — trazidos por moradores de comunidades próximas — permanecem por horas sob sol forte, sem água ou alimento adequado. Além do risco à saúde dos cavalos, a situação representa perigo à população: já houve casos em que os equinos se soltaram e atravessaram a movimentada Avenida Silvio Picanço, gerando riscos de acidentes.

No entanto, cavalos continuam na orla de Charitas. Permanecem expostos ao sol e à chuva, sem abrigo nem cuidados. A situação revela abandono por parte de tutores e omissão das autoridades. A fiscalização não age. A Guarda Ambiental alega não poder intervir. O cenário mostra negligência conjunta e descaso com a vida animal.

A justificativa da Guarda Ambiental de Niterói de que só pode agir quando os cavalos estão soltos soa como uma interpretação burocrática que ignora o princípio da prevenção. A presença dos animais em área de restinga, amarrados ou não, compromete espécies nativas e expõe riscos à fauna, flora e à segurança pública. A omissão, ainda que respaldada por supostos limites legais, revela uma falha na atuação proativa das autoridades.

Enquanto isso, os moradores continuam sendo testemunhas e, muitas vezes, os únicos agentes de denúncia. Eles cobram medidas eficazes, como fiscalização constante, identificação dos responsáveis pelos animais e aplicação das penalidades previstas em lei.

A prefeitura de Niterói anunciou ações pontuais de requalificação da área — como plantio de vegetação nativa e instalação de placas —, mas o problema ultrapassa o paisagismo. Trata-se de uma questão ética e legal sobre como o poder público lida com os limites entre proteção e omissão.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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