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Catedral de São João Batista sofre com o abandono do Centro de Niterói

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A imponência e beleza arquitetônica da Catedral contrastam com o abandono do Jardim São João

Amanhã é dia de São João Batista, mas não vamos falar do feriado nesta terça-feira (24) nem de festa junina, e sim da belíssima Catedral que leva o nome do padroeiro de Niterói. Ela já foi a grande preferida das noivas para casamentos e está localizada em um antigo jardim no Centro da cidade — hoje abandonado e tomado por moradores de rua.

A igreja passou por diversas transformações ao longo de sua longeva história na terra de Arariboia. Primeiro, surgiu como uma capela fundada em 1660, próxima ao Campo de São Bento, em Icaraí. Após sua ruína, em 1744, a imagem do padroeiro foi transferida para a Igreja de Nossa Senhora da Conceição.

Com a criação da Vila Real da Praia Grande, a imagem de São João Batista foi finalmente colocada no templo definitivo, concluído em 1854, em uma abertura festiva que contou com a presença do imperador D. Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina.

A Catedral, com sua arquitetura colonial tardia, foi decorada internamente pelo artista italiano Colossi, em 1929, e possui um órgão musical de destaque, notável pela grandiosidade do som que produz.

Há muito tempo se fala em revitalização do Centro. No entanto, o que se vê são comércios sendo assaltados ou fechando suas portas, bancos encerrando suas agências e pessoas com receio de circular por uma área central há anos abandonada pelo poder público.

Apesar de a Arquidiocese estar construindo uma nova Catedral no Caminho Niemeyer — como todo projeto do inigualável arquiteto, complexo e de custo elevado — trata-se de uma “obra de igreja”, expressão que já sugere longos prazos por conta da escassez de recursos.

Recentemente, a Prefeitura restaurou a Casa Norival de Freitas, próxima à igreja, em uma obra que custou mais de R$ 30 milhões. Com bem menos, a administração municipal poderia reformar e tornar seguros os dois lados da grande praça, transformando-a em um verdadeiro jardim.

A Catedral não precisa de um “banho de loja”; sua imponência e beleza arquitetônica falam por si. Basta realizar reparos e pintura. Um convênio entre a Prefeitura e a Arquidiocese de Niterói pode recuperar o Jardim São João, para que ele volte a cumprir sua finalidade original: uma praça agradável — e para que a Catedral retome seu lugar de destaque nas cerimônias religiosas, como casamentos, batizados e missas concorridas.

O mais importante é que isso representaria um ganho enorme para o comércio e os moradores do entorno daquele quadrilátero, além de devolver vida a um espaço que os niteroienses hoje evitam por medo da insegurança.

É um projeto viável, para o qual ninguém precisará fazer promessa a São João Batista por um milagre — basta a vontade do poder público para dar vida e transformar esse grande espaço público em um novo e agradável ponto de convivência para a cidade.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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