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Bandidos trocam assaltos por extorsão

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Traficantes da favela do Rato Molhado estão extorquindo comerciantes e empresários da Região Oceânica de Niterói. Ameaçam metralhar as lojas e empresas, como fizeram criminosos do complexo do Pau Roxo, na semana passada contra o depósito da Liquigás, na Avenida Central, em Itaipu, que se recusou a pagar R$ 3 mil semanais. Teriam assim deixado de praticar assaltos, trocando a atividade criminosa, com que buscam fazer caixa para manter seu poder de fogo contra a polícia e traficantes rivais, pela ameaça e extorsão ao velho estilo da Máfia.

Em um áudio que circula nas redes sociais, um empresário ameaçado diz o seguinte: “A gente recebeu há pouco a visita de um traficante se intitulando da Nike, da favela do Rato Molhado, dizendo que não é justo, por conta das incursões que a polícia tem feito na região, eles ficarem no prejuízo, e que por conta disso está cobrando uma colaboração do estabelecimento para não ficarem no prejuízo. Ainda citou no final do contato dizendo que se não colaborar vai acontecer com a gente o que aconteceu com o depósito de gás da Avenida Central. Um absurdo isso, um absurdo mesmo. Alerta aí os empresários e os comerciantes e o pessoal do grupo aí sobre isso”.

Segundo uma fonte da Polícia Militar, para o comandante do 12° Batalhão de Niterói, coronel Márcio Rocha, que entrou de férias nesta sexta-feira (19/01), o áudio não seria verdadeiro, mas o autor da mensagem confirma ter sido ameaçado por traficantes ao velho estilo do mafioso Al Capone. Em nota, o 12° BPM diz que tem-se reunido com comerciantes e que depois do atentado a Liquigás já prendeu bandidos envolvidos no caso.

Além de já sofrerem grandes prejuízos em decorrência da improvisação das obras da Transoceânica, os comerciantes da região agora estão à mercê de bandidos. E mais uma vez as câmeras milionárias do Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) compradas pelo prefeito Rodrigo Neves mostram sua ineficácia.

O Cisp deveria integrar todas as polícias em seu centro de monitoramento, mas o que há, além da conta salgada paga à empresa El Corte Inglez, são meia dúzia de guardas municipais em frente a monitores com imagens de pouca qualidade, pois a prefeitura ainda vai instalar uma rede de dados dedicada a esse sistema.

É preciso o Poder Público agir urgentemente com firmeza, do contrário logo a Região Oceânica e toda Niterói será transformada na Chicago dos anos 20, onde mafiosos dominavam todo o tipo de crimes, desde a exploração de jogos, prostituição, venda ilegal de drogas e bebidas e extorsão.

Nota da Polícia Militar

“O comando do 12º Batalhão recebeu também essa gravação. As informações foram checadas e não se confirmaram. A Cia da Região Oceânica tem-se reunido sistematicamente com comerciantes. Depois do episódio da distribuidora de gás, várias ações policiais foram realizadas, que resultaram em prisões de envolvidos. Esse trabalho está sendo feito em estreita parceria com os policiais da 81ª DP (Itaipu). O comando do 12º BPM pede que a população continue mantendo as forças de segurança informadas. Mas alerta para a possibilidade de denúncias falsas, que sempre surgem nessas situações.

A Polícia Militar, representada pelo 12ºBPM, está atenta ao problema da ordem da segurança que vem afetando a entrega de gás na Região Oceânica, em especial no Engenho do Mato. Estamos trabalhando duro para que, mediante ações de caráter preventivo e repressivo, bem como da execução de operações de inteligência, em estreita relação com a Polícia Civil, representada pela 81a DP, e a Sociedade Civil Organizada, possamos normalizar, no mais curto prazo possível, o que hoje já podemos constatar, os serviços, identificando e prendendo os membros das quadrilhas de marginais que vêm causando os transtornos.”

 

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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