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Coluna do LAM

Bandidos, radares e cidadãos

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O governador (????) do Estado do Rio disse que vai desligar “gradativamente” os radares de velocidade (vulgo pardais) em áreas consideradas de risco em todo o estado. Mais: não será permitida a instalação de radares no âmbito do Rio de Janeiro. Os equipamentos já existentes terão de ser desligados pouco a pouco. As determinações estão previstas na Lei 7.580/17, sancionada pelo governador (????) e publicada na edição de terça-feira do Diário Oficial do Estado.

No entanto, em Niterói, nada muda. Pior: corre a informação de que o novo túnel Charitas–Cafubá também ganhará pardais em breve. Em plena guerra civil (alguém nega?), para luxúria da bandidagem a prefeitura mantém os radares da cidade ligados em qualquer lugar, mesmo nas tais “áreas de risco”. Como assim, áreas de risco? O Estado do Rio todo virou um coquetel molotov e em Niterói acontecem todos os tipos de crimes em todos os bairros. Logo, não há “áreas de risco” e sim cidade de risco. Pela lógica, todos os radares daqui deveriam ser desligados imediatamente. Mas lógica e política nem sempre andam juntas.

Radares geram uma boa grana para os cofres públicos, por isso permanecem ligados 24 horas, metendo a mão no bolso dos cidadãos que não têm como fugir. Quem estiver dirigindo e suspeitar que está sendo seguido por bandidos, acelera, leva multa e em muitos casos é assaltado ou, na pior das hipóteses, morto. Radares são aliados dos bandidos.

Em qualquer cidade decente os sinais de trânsito são desligados às 10 da noite. Em seu lugar piscam as luzes amarelas, de atenção. Radares? Nem pensar. Quem viaja para o Sul do país percebe em muitas dezenas de cidades. Mas, na contramão da história, em Niterói, nos lugares mais temíveis, os sinais continuam ligados e, pior, os radares também.

Diante desse quadro, pergunto ao prefeito de Niterói:

– O senhor pretende instalar radares no túnel Charitas–Cafubá?

– O senhor pretende instalar novos radares na cidade?

– O senhor pretende desligar os radares em áreas de risco?

– Quais são as áreas de risco em Niterói?

– O senhor pretende seguir o resto da humanidade e, em nome da segurança dos cidadãos/eleitores, colocar os sinais de trânsito no modo amarelo (atenção) a partir das 22 horas?

Perguntar não ofende.

Luiz Antonio Mello

Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.

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