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Arco-íris resplandece no céu de Niterói trazendo esperança de dias melhores

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Um arco-íris resplandeceu na manhã deste fim de agosto (31). Sua faixa de sete cores – vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta – fulgurava sobre o MAC, no promontório da Boa Viagem, em Niterói. Brilhou com intensidade e foi fotografado de todos os ângulos, também na praia de Charitas, de onde era visto emoldurando a baía de Guanabara. Trazia esperança pelo fim da pandemia, da fome, do desemprego, da violência e da falta de empatia pelo próximo.

Reza a lenda que no fim do arco-íris há um pote de ouro. Na realidade, o fenômeno ótico que muda de posição para cada ponto de observação diferente, traz como riqueza maior seus múltiplos significados. Dentre eles o da esperança, do fim do sofrimento, como diz o livro Gênesis (9:11-13).

O arco-íris que assim como surge logo se desfaz nas nuvens, vem para nos lembrar que a vida é muito curta para ser pequena, como ressalta o filósofo Mario Sérgio Cortella. Diz ele:

“Segundo o grande pensador da educação, Paulo Freire, é preciso ter esperança para chegar ao inédito viável e ao sonho. Cuidado! Há pessoas que têm esperança do verbo “esperar”. Esse grande educador e filósofo falava da esperança do verbo “esperançar”. Esperar é: “Ah, espero que dê certo, espero que aconteça, espero que resolva”. Esperançar é ir atrás, é não desistir. Esperançar é ser capaz de buscar o que é viável para fazer o inédito. Esperançar significa não se conformar. Quando eu coloco água em um copo, ela se conforma ao pool e está aprisionada nele. É preciso que você e eu sejamos capazes de transbordar. A esperança permite que você transborde, isto é, vá além da borda.”

Cortella conclui: “Não confundamos esperança do verbo esperançar com esperança do verbo esperar. Violência? O que posso fazer? Espero que termine… Desemprego? O que posso fazer? Espero que resolvam… Fome? O que posso fazer? Espero que impeçam… Corrupção? O que posso fazer? Espero que liquidem… Isso não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo..”

Que nosso arco-íris fotografado e replicado milhares de vezes pelas redes sociais nesta antevéspera da primavera nos faça pensar e entender o sentido da cidadania. Voltando a Cortella: “O que é mesmo cidadania plena? É uma vida que coletivamente não apequene a própria vida. Ou seja, é necessário que você e eu construamos, juntos, o inédito viável”.

Gilberto Fontes

Repórter do cotidiano iniciou na Tribuna da Imprensa, depois atuou nos jornais O Dia, O Fluminense (onde foi chefe de reportagem e editor), Jornal do Brasil e O Globo (como editor da Rio e dos Jornais de Bairro). É autor do livro “50 anos de vida – Uma história de amor” (sobre a Pestalozzi), além de editar livros de outros autores da cidade.

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