Apesar do calor coloquei o blazer azul-marinho com botões dourados para abraçar meu querido amigo José Tobias, uma das maiores vozes da MPB, que nesta segunda-feira (06) está completando 96 anos.
Quando cheguei a sua agradável casa em Itaipuaçu, construída com projeto oferecido pelo grande arquiteto Marcio Franco da Cruz, Tobias estava na varanda cantarolando com seu inseparável violão. Neste recanto que escolheu para morar há mais de 20 anos, vive cercado de plantas e tendo na plateia canários da terra, coleiros e rolinhas frequentadores assíduos do jardim.
Esse pernambucano está animado e doido para soltar o gogó no show que Paulo César Feital e Altay Veloso estão preparando para Maricá homenagear o ilustre morador e decano da música popular brasileira.
O cantor, apesar da idade avançada, mantém firme a voz grave que fez bastante sucesso nos tempos dos discos de 78 rotações, LPs e CDs executados nas rádios, TVs e casas famosas de espetáculos do Rio de Janeiro e de São Paulo.
A sua bonita história merece um documentário. Tobias jogava no time do Santa Cruz de Recife e cantarolava no vestiário no final das partidas. Isto chamou a atenção de um locutor esportivo que, impressionado com aquela voz forte e afinada, levou o jogador de futebol para se apresentar na Rádio Clube de Pernambuco. O sucesso foi tão grande que ali começava uma carreira brilhante da música e se encerrava outra no futebol profissional.
Tobias logo foi contratado pela Rádio Jornal do Commercio, a de maior audiência no Recife. Depois se mudou para o Rio, a convite da Rádio Tupi. Sua fama alcançou também a capital paulista, onde teve uma casa noturna. Num show com a cantora Jussara, filha de portugueses, com quem se casou, conheceu o supercraque Zizinho, que se tornou seu amigo e compadre, vindo na época a fixar residência em Niterói.
O ilustre paulistano e ministro Delfim Neto, quando embaixador na França, empolgado com o vozeirão de Tobias o levou várias vezes para cantar em casas noturnas parisienses, não só para ouvir como para mostrar e divulgar a boa música brasileira.
Mais que de repente, quem chega, o médico Jorge Salim. A vida toda ele cuida do coração de Tobias. Estava todo de branco, mas sem sua tradicional maletinha, e foi logo dizendo: “Dia de aniversário, não se examina, se abraça forte”.
No momento em que me despedia de José Tobias, quem estava cantando eram os canarinhos amarelos e os coleiros com suas gravatinhas pretas homenageando essa grande figura humana e da música. Viva a vida de Tobias e a natureza.
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