Em Charitas é um vale-tudo. Os quiosques foram construídos anos atrás pela prefeitura que os cedeu, em regime de concessão, à iniciativa privada, que deveria mantê-los limpos, com mobiliário em ótimo estado e, acima de tudo, padronizados. Caso contrário, teriam a concessão cassada e repassada a outro. Mas o que se vê em Charitas é a essência da baderna. Alguns quiosques são imundos, cada um mais degradado do que o outro, e avançam pela areia da praia. Volta e meia colocam o som nas alturas.
Já em Piratininga, alguns (não são todos) exploram o serviço no calçadão e também na areia, que no estilo “terra sem lei” privatizaram na marra e onde espalham cadeiras de plástico velhas (quando quebram podem ferir seriamente uma pessoa) onde “garçons” (entre aspas) atendem os frequentadores com bebida e comida com preços nas alturas e sabe-se lá em que estado de conservação e procedência.
Quando indagados sobre como conseguiram a concessão da prefeitura e, ainda, como conseguem renová-la, a maioria dos quiosqueiros nada diz e, irritados, ainda tenta tirar satisfações. O que se sabe, em Charitas e Piratininga, é que o critério é o do pistolão político. “Ninguém consegue tirá-los daqui e muito menos fazer o que já deveria ter sido feito há anos que é derrubar os quiosques e reconstruí-los dentro de um novo padrão, respeitando a higiene e o urbanismo”, comenta um morador do bairro.
Outra caixa preta é o faturamento dos quiosques, uma contabilidade que ninguém mexe. Mas que rende muito dinheiro, todos os dias (principalmente no verão) isso é certo.
Rica lambança.
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