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Após alargar a Marquês do Paraná, prefeitura desapropria mais um prédio

Escrito por Gilson Monteiro às 10:22 do dia 30 de novembro de 2019
Sobre: Restaurante e hotel vão abaixo
30nov
Imóveis desapropriados na Dr Celestino

Operários no canteiro de obras onde havia o prédio 230 da Dr Celestino, e o imóvel do n° 220 que a prefeitura desapropriou agora

Depois de o alargamento da Avenida Marquês do Paraná já estar praticamente pronto, incluindo a instalação de uma ciclovia, a dona do restaurante Artesanato do Sabor, na Rua Dr Celestino 220, foi informada esta semana pela Prefeitura de Niterói que o prédio será demolido.

— Para que vai servir essa nova desapropriação? Isto não estava no projeto original da obra, como se pode ver nos painéis publicitários que a própria Prefeitura instalou no local, mostrando como ficaria o alargamento da Marquês do Paraná. Estava tranquila até ser informada dessa desapropriação tardia, que vai atingir meu restaurante – disse Raquel Magalhães.

Desapropriação foi decretada em outubro

O decreto desapropriatório, número 13.354/2019, foi publicado no dia 5 de outubro no Diário Oficial. O artigo 3° justifica que a desapropriação destina-se às obras de ampliação da pista de rolamento da Avenida Marques do Paraná. No sobrado desse prédio funciona há décadas o Hotel Emoções. O prédio do lado, no número 230, onde também funcionava um restaurante, já foi demolido há dois anos. Sua desapropriação aconteceu em junho de 2017, pelo decreto n° 12697/2017.

Outros 34 decretos desapropriatórios foram assinados em 2017 pelo prefeito Rodrigo Neves, abrangendo uma área 2.100 metros quadrados declarada de utilidade pública para a construção de uma nova faixa de rolamento na Marquês do Paraná e de uma ciclovia.

A empresa que constrói um grande shopping na Marquês do Paraná — onde havia antes o Hortifruti, uma marmoraria, uma loja de autopeças e um estacionamento — pagou através de outorga onerosa R$ 14 milhões à Prefeitura (incluídos R$ 11,8 milhões destinados a indenização pelas desapropriações), para o município construir a nova pista de rolamento e de acesso ao empreendimento.

Comerciante reclama de prejuízo

Segundo Raquel Magalhães, no ano passado técnicos da prefeitura lhe garantiram que a loja que ocupa há 11 anos na Dr Celestino não seria demolida, como aconteceu com um edifício de apartamentos da esquina com a Marquês do Paraná e com um prédio ao lado de seu restaurante.

Por isso, a comerciante renovou por mais sete anos o contrato de locação com o dono do imóvel. Também fez obras de reforma nas instalações do restaurante que serve refeições a preços populares a funcionários do Hospital Antonio Pedro e a estudantes de Medicina e Enfermagem da UFF.

– Tenho mais um sócio e sete funcionários antigos, que precisam ser indenizados. A Prefeitura não pode nos tratar assim. Pagamos os impostos em dia e cumprimos o dever como cidadã niteroiense. É falta de consideração com o comerciante, que já vive sacrificado com a crise – desabafou Raquel.

Interdição parciial até terça

De hoje (30/11) até terça-feira  (03/12), a prefeitura intertida parcialmente a Avenida Marquês do Paraná em seis pontos, das 6h à meia-noite, para a instalação de dutos de telecomunicação.

O prazo para conclusão da obra de alargamento das pistas nos dois sentidos é  abril de 2020, mas a entrega da ciclovia foi antecipada para dezembro.

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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3 thoughts on “Após alargar a Marquês do Paraná, prefeitura desapropria mais um prédio

  1. Muita coragem desta gestão executar esta obra! Será o melhor trecho entre as ciclovias da Roberto Silveira e Amaral Peixoto

  2. O alargamento daquele trecho da Av. Marquês do Paraná se faz necessário. Entretanto, a construção de um shopping de grande porte numa via arterial principal, que é o principal acesso a zona sul e a região oceânica de Niterói, me parece incompatível com a proposta de melhoria da nossa mobilidade urbana já tão prejudicada.

  3. Os prejuízos da comerciante devem ser considerados pela prefeitura mas aquele hotel e este prédio ainda serviriam de gargalo para o trânsito !

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