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Motorista de Uber evita Niterói violenta

Escrito por Luiz Antonio Mello às 08:35 do dia 31 de março de 2018
Sobre: Insegurança total
31mar

Quem usa Uber em Niterói percebe que aumentou muito a demora dos carros, principalmente depois das seis da tarde. Antes, quando chamavam, os usuários viam no celular os ícones de vários carros nas imediações. Hoje quase nenhum.

Ouvimos vários motoristas do aplicativo que confirmaram a escassez de carros e informaram que a violência em Niterói chegou a níveis insuportáveis, por isso eles fogem para o Rio. Um deles disse que “a violência no Rio é enorme, mas em Niterói a situação está muito pior. Eu já perdi dois carros, no Jardim Icaraí e São Francisco, já fui assaltado num sinal, outros colegas também. Só um louco trabalha em Niterói”.

Com o sumiço dos carros do Uber os táxis começaram a ganhar mais passageiros, mas muitos não trabalham com cartão de crédito. “Eu só ando com uma nota de 50 reais na carteira que é para dar para o bandido em caso de assalto. Para outros pagamentos uso cartão. Mas boa parte dos táxis de Niterói só trabalha com dinheiro e é uma complicação. Tenho que ir ao caixa eletrônico, aturar a reclamação do taxista que não tem troco, enfim, Niterói só piora”, diz uma veterinária nascida na cidade e moradora do Ingá. Em tempo: os táxis também desaparecem depois das oito da noite.

A violência na cidade causa prejuízos em vários setores. Na última terça-feira, pouco depois das nove da noite, os frequentadores de um bar muito popular que fica na rua Tavares de Macedo quase esquina com Álvares de Azevedo foram vítimas de um arrastão. Três bandidos armados com pistolas de grosso calibre e visivelmente drogados levaram tudo dos clientes e do caixa. As imagens das câmeras de segurança mostram o desespero de clientes e funcionários. 

O proprietário do restaurante, que também é dono de um outro bar em Icaraí, contou a Lislane Rottas de O Fluminense que já havia sido assaltado duas vezes no mês passado. Ele revelou que, devido à onda de violência, o movimento já caiu 60%. “Estamos aqui há 30 anos e infelizmente essa violência está complicada demais. Temos muito carinho pelos nossos clientes e muitos deles conhecemos pelo nome. Fiquei muito chateado com essa situação. Levaram tudo de todo mundo. Já não bastasse o meu outro comércio ter sido assaltado várias vezes. Não sabemos a quem recorrer e o que fazer. Queremos que alguma providência seja tomada”, desabafou. 

Com o “toque de recolher”, depois das oito da noite Niterói entra num estado de sítio informal, decretado pelos bandidos que se tornaram donos da cidade. Na área cultural os prejuízos são enormes e muitos espaços tem tentado antecipar o máximo os horários porque depois das oito da noite fica tudo as moscas. “Ninguém está saindo de casa a noite por causa do terror, da violência. Estamos trabalhando com prejuízo porque pouca gente vai ao cinema, ao teatro, sai para comer uma pizza”, comenta um produtor cultural.

“Sair à noite virou um suplício em Niterói. Com medo de roubo eu deixava o carro na garagem e pegava um Uber, mas eles desapareceram a noite o que me força a usar o carro. Para piorar a situação a prefeitura não desliga os sinais e radares a noite, para alegria dos bandidos. Guarda municipal não resolve porque eles tem mais medo dos bandidos do que a gente, tanto que não mexem sequer com os flanelinhas que invadiram a zona sul”, comenta um arquiteto.

É como diz o ditado, inspirado em Stanislaw Ponte Preta: “Em Niterói, urubu voa de costas para não levar um tiro na cara”.

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Luiz Antonio Mello
Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.
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10 thoughts on “Motorista de Uber evita Niterói violenta

  1. Tipica reportagem para desmotivar os motoristas da uber em niterói, para favorecer os taxistas. E os táxis? não falaram nada sobre assaltos. Vai criar vergonha na cara seu Gilson.

  2. Eu não saio de casa depois das 20:00 porquê moro na famigerada Av. Ernani do Amaral Peixoto n° 472 quê fica cheia de viciados em drogas que cometem assaltos e ate ferem as vitimas com cacos de garrafas e facas. Gritam e brigam a noite toda.

  3. Já passou dos limites, as autoridades precisam dar um basta.
    O mesmo acontece em SG, está o caos.

  4. Sim Niterói tá jogado as mosca pois só tem segurança nos horários comercias das 8:00 da manhã até as 20:00 e depois salve quem pode.

  5. Um pouco de exagero e comodismo .primeiro que motorista e morador de Niterói nem conhece bem o Rio de Janeiro Como dizer que o Rio não é violento!
    Acaba que se aglomeram em um único lugar sem fazer dinheiro….e outro não tem motorista.
    E esse motorista em questão ele conhece as pesquisas de violência e assaltos no Rio.
    Mal informado .E uma pena….

  6. Infelizmente é verdade sou condutor Uber é o principal motivo do meu abandono ao serviço foi exatamente tudo que foi relatado aí já sofri 4 assaltos em Niterói já perdi 3 carros então fica difícil até para trabalhar e sustentar a família honestamente porque num país onde o salário de um preso é maior do que um trabalhador vamos esperar o que ?

    A verdade é uma só :
    Somos governados por bandidos em todas as esferas desta falida democracia portanto o direito de ir e vir e outros direitos também pertence aos bandidos a OAB o STF estão aí para garantir isto

  7. Sou motorista de aplicativo, esse é apenas um relato vivido por um empresário em MKT mais pra quem tenta ganhar a vida de forma lícita que roda as altas horas da madrugada… Vê muito mais coisas, vocês não tem ideia, assalto na Roberto Silveira, gavião Peixoto,mem de Sá e tantas outras, u tudo praticado por motoqueiro que na maioria das vezes passam por uma viatura de polícia que as vezes nem se dá conta que ali estão dois ladrões dispostos a matar qualquer um que atravessa o seu caminho… Aí eu pergunto trabalho para me sustentar ou … Na madrugada não tem policiamento quando passa uma viatura e para recolher, aí quem manda na cidade e a vagabundagem e a sociedade está presa dentro de casa porque se for pra rua dança, perde.

  8. Boa tarde me chamo Leandro, li a reportagem e concordo plenamente com isso, TB sou motorista Uber e fico mas em Niterói, mas queria colocar algo que não foi falado, tbm não sei se ao entrevista alguns motoristas Uber eles podem ter citado isso, bom resumindo os usuários do app TB nós deixa em seguros principalmente nos prédios que muitas das vezes quando chegamos no destino quase sempre eles não estão na portaria é isso nos deixa vulnerável a sermos assaltados por estão saindo de seus apartamentos ainda ou estão esperando o elevador, bom temos 5 minutos pra cancelar caso o passageiro não apareça dentro desse minuto estabelecido pela uber, mas isso não é só em Niterói São Gonçalo também é assim a diferença da cidade do Rio e que a um pouco mas de policiamento por ser uma cidade turística por te turista mas não fica longe da violência que abrange nosso estado, então se não haver essa parceria dos passageiros de já estarem na portaria é agilizarem a decida , o pagamento quando for em dinheiro isso evita o pior pra nós motorista e passageiros, pq se eles entram em seu prédios em uma abordagem de assalto que sobre com prejuízos são nos motoristas Uber e até mesmo taxistas, falo isso pq já foi assaltado ao deixa um passageiro no seu destino, por misericórdia de Deus só levaram meus pertences…desculpa encomodar mas temos que ver ambas as partes em relação a segurança, mas agradeço por essa oportunidade de me esprecar a minha opinião.

  9. Tristeza, roubaram o nosso estado, sucatearam a polícia, exterminaram a educação, a saúde, a infraestrutura, e o que sobrou foi a violência absurda que estamos vivendo. Só Deus pra nos dar alento e nos proteger, nossa vida está o caos, não temos mais direito a nada, só a pagar altíssimos impostos.

  10. Caramba, o que um jornalista não faz por meia dúzia de curtidas?
    Sou motorista de uber e o que mais ouço dos meus colegas é: “Não quero ir para o Rio.”

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