Nem a crise que assola o governo do Estado do Rio de Janeiro é capaz de abalar o quase centenário quartel do Corpo de Bombeiros de Niterói, na Rua Marquês do Paraná, no Centro de Niterói. Os equipamentos de combate a incêndio ainda funcionam, assim como os soldados se mantém a postos, apesar do soldo com dia incerto para ser recebido e do dinheiro cada vez mais curto para o Estado manter seus compromissos com saúde, educação e segurança.
O cabo Bombeiro Cruz visto em filmes e fotografias nas redes sociais atravessando a pé a Ponte Rio-Niterói, porque não recebera o pagamento do Estado e estava sem dinheiro para viajar da Ilha do Governador, onde mora, até a escola da corporação em Charitas, virou um exemplo de tenacidade da tropa.
Inaugurado em agosto de 1917, o quartel foi comprado na Alemanha, de onde o fabricante mandou a estrutura metálica pré-moldada para ser montada aqui. Anos depois, quando a corporação resolveu construir um muro em torno do terreno da Marquês do Paraná, a população reclamou pelos jornais que a providência iria “esconder” a arquitetura da torre de treinamento e do pavilhão dos bombeiros, construção que em 1926 já fora ampliada ganhando uma oficina e um refeitório. Em maio de 1996, o quartel foi tombado como patrimônio municipal pela Lei n° 1.505.
O vai-e-vem político para a instalação dos Bombeiros em Niterói quem conta por inteiro é o historiador Emmanuel de Macedo Soares. Leiam o artigo “Quartel pré-moldado e centenário não verga como ciclovias modernas“.