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A conexão Liverpool Cantareira, que liga Niterói a cidade dos Beatles

Escrito por Luiz Antonio Mello às 08:15 do dia 10 de agosto de 2019
Sobre: Rock e suas bandas
10ago

Marquinhos Heizer (1960-2004), – poxa como é saudoso o nosso Marquinhos -, foi muito lembrado quarta-feira a noite. Depois do excelente papo da jornalista, escritora e biógrafa Chris Fuscaldo sobre Os Mutantes, no Social Rock Club – https://www.facebook.com/socialrockclub/  (a conversa continua reverberando!), falamos sobre esse conluio de Niterói com a música, em especial o rock. Desde sempre.

Cornélio Melo estava lá, lembrou de alguns fatos curiosos e foi convidado pelo SRC para um papo, em breve, exatamente sobre este tema: o rock e suas bandas nos anos 1960. Além de engenheiro e arquiteto, Cornélio é pesquisador de música, guitarrista, cantor e compositor, lá nos 60 tocou nas bandas “Os Trogloditas” e “Melody Spatial” e tem muita história para contar. Em detalhes. Seria ótimo se representantes de bandas da época fossem lá para enriquecer o encontro.

Em 2004, foi lançado o melhor livro documento sobre essa rica fase da cultura da cidade. “Liverpool Cantareira” (Rota de Rock) – O Movimento musical dos anos 60 em Niterói. Psicodelia, Beat, Jovem Guarda e muito mais!”. Foi editado pela Niterói Livros, editora da FAN, esgotou, virou preciosidade mas consegui localizar alguns usados na Estante Virtual (https://bit.ly/2YAMZ74), e também no Mercado Livre.

O livro foi uma odisseia do Marquinhos Heizer (filho do também saudoso e giga jornalista Teixeira Heizer) que levou anos e mais anos entrevistando músicos, pesquisando buscando fotos, áudios, raridades, capas de discos ensaios. O livro mostra que Niterói sempre foi e ainda é uma cidade diferenciada, principalmente antes da fusão do antigo Estado do Rio com a Guanabara que descaracterizou muita coisa.

O rock de Niterói continua aceso, rico, e os novos artistas são destaques na programação da nossa RÁDIO AONDA (www.radioaonda.com.br) , mas é incomparável com as dezenas de bandas que havia nos 60. Marcus Haizer enumerou algumas no livro, que reproduzo no final. Bandas que só tocavam versões de músicas dos Beatles, Stones, Byrds, etc.

Usando equipamento nacional de péssima qualidade naqueles tempos (choque na boca, ruídos, princípio de incêndio em palco eram rotina) as bandas tocavam em toda cidade, um circuito que envolvia clubes: Regatas, Central, Canto do Rio, Pioneiros, Marajoara. As bandas faziam maratonas, muitas vezes tocando de 10 da noite até 3 da manhã, sempre aos sábados.

Por isso, Roberto Carlos, Erasmo, Wanderleia e toda a Jovem Guarda fizeram um show enorme no Regatas e alguns adolescentes fãs arranjaram um jeito de espionar o improvisado camarim no ônibus dos artistas. “Eu vi Rosemary nuinha!”, Eu vi Martinha!”, “Eu vi a Lilian do Leno”, gritavam histéricos do lado de fora do ônibus, estacionado em frente ao clube até serem devidamente espanados do local pela polícia.

“Liverpool Cantareira” (Rota de Rock) – O Movimento musical dos anos 60 em Niterói. Psicodelia, Beat, Jovem Guarda e muito mais!”, tem 104 páginas, 200 fotos e traz uma relação de bandas:

Os Anekins, As Feiticeiras, Dry Sticks, Melody Spatial, Musishow, Os Abstratos, Os Adolescentes, Os Anjos, Os Corsários, Os Corujas, Os Eletras, os Lobos, Os Mesmos, Os Quem, Os Trapaceiros, Os Trogloditas, Oxford, Quarteto Nova Era, The Bats, The Hipsters, The Leaders, The Shadows, The Streggas, Zoom 2000, Histórias que vem à memória.

@ Inaugurada: https://bit.ly/2OLrDzy

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Luiz Antonio Mello
Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.
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2 thoughts on “A conexão Liverpool Cantareira, que liga Niterói a cidade dos Beatles

  1. Naveguei muito nessa época, empresariando o The Fevers, e abrindo alguns espaços para os Corsários, banda que tocou no Hotel Glória, no mesmo evento que Ed Lincoln, famosa banda de grandes eventos. Os Corsários fizeram tanto sucesso que a turma do Ed Lincoln se incomodou e não permitiu que tocassem ao mesmo tempo em eventos.
    Isso mostra a força dos artistas de Niterói ! Poderia falar muito sobre o tema, que é apaixonante, mas posso garantir que Niterói é um grande celeiro de artistas. Grande Abraço, Luiz Antonio.

  2. Pô primo, vc quer me fazer chorar?
    Ando muito emotivo. noutro dia eu participava do festival semana Beatles, no Praia Clube, quando meu genro, que tmb participava com a Chris, me propôs fazermos a Rota 66 todos juntos.
    Disse então pra ele, enquanto no som ambiente rolavam os BYRDS tocando TURN TURN TURN:’
    – genro, não sei o que hoje eu sentiria, aos 68 anos, ao fazer essa aventura.
    E ele me perguntou “porque”?
    -respondi:
    – tá ouvindo essa música tocando?
    Pois então, Aos 15 anos eu queria sair dançando com minha namorada quando a ouvia. Aos 20, eu queria tocá-la em minha banda. Aos 30, 40, eu a ouvia tomado cerveja e relembrando os bons momentos de minha vida dos quais ela fez parte.
    Ele então perguntou:
    – e hoje?
    Falei:
    – me emociono e tenho vontade de chorar
    É isso primo, a fila continua andando!
    Obrigado pela força e parabéns pela bela entrevista com a Chris no Social Rocha club. E será um prazer estar com vc lá dissertando sobre o pouco que conheço de música!!!
    Bjão!!!

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