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Com árvores da Boa Viagem no chão, verdes falam em compensação ambiental

Escrito por Gilson Monteiro às 20:32 do dia 8 de janeiro de 2020
Sobre: Selva de pedra
  • Retroescavadeira completa o serviço feito pelas motosserras no terreno da Boa Viagem
08jan
Retroescavadeira completa o serviço feito pelas motosserras no terreno da Boa Viagem

Retroescavadeira completa o serviço feito pelas motosserras no terreno da Boa Viagem

O licenciamento para a construção de três blocos de apartamentos no bairro da Boa Viagem, de frente para a praia, está em exigência na Secretaria de Urbanismo de Niterói desde setembro. Somente depois de a Coluna mostrar ontem (07/01) que a construtora União Realizações Imobiliárias estava desmatando um terreno de 770 metros quadrados, é que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, divulgou nota procurando dar transparência ao processo de licenciamento ambiental e como deverá se dar a compensação ao município pela derrubada de árvores centenárias.

A construtora tem entre seus sócios dois primos do secretário estadual do Ambiente, Altineu Cortes. São eles Roberto Baranowski Cortes Coutinho e o vereador e ex-secretário municipal de Habitação de Niterói Atratino Cortes Coutinho Neto. Está estabelecida na Rua Presidente Backer, em Icaraí, com o modesto capital social de R$ 1 mil, fazendo parte da holding familiar União Realizações Imobiliárias, sediada no mesmo endereço.

Uma placa afixada na entrada do terreno da Rua Antonio Parreiras pela construtora pouco esclarece acerca do licenciamento para o desmatamento e a obra. Mostra apenas números de processos, mas não divulga o nome do responsável técnico nem quais órgãos teriam concedido a licença. Não diz se estas são das secretarias de Meio Ambiente estadual ou municipal, ou se a derrubada das árvores foi autorizada pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente), que tem como diretor de Licenciamento Ambiental Fabio Dalmasso Coutinho – outro primo de Atratino, de Roberto e de Altineu.

Não escaparam nem as árvores da calçada

Moradores da Rua Antônio Parreiras, onde fica um dos acessos ao terreno que também tem frente para a Avenida Benjamin Sodré, querem saber da Secretaria de Meio Ambiente por que foram derrubadas as árvores que tinham suas raízes plantadas fora do terreno, no nível da calçada.

A turma do Verde, ex-partido de Rodrigo Neves, liderada pelo secretário de Planejamento Axel Grael, comanda e controla a Secretaria de Meio Ambiente, dirigida por Eurico Toledo. Na nota postada no site da secretaria, ressaltam que “o terreno encontra-se (sic) em uma área particular”. E que o pedido de licença para a construção “teve a aprovação do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), em julho de 2019”.

Nesta quarta-feira, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente garante na nota publicada em seu site que “as licenças ambientais municipais só foram concedidas após a definição das medidas compensatórias, que são a doação para o município de uma área do terreno de 770m² e a implantação de uma praça no local com espécies da Mata Atlântica no paisagismo e equipamentos para área de lazer, além do plantio de 1 mil mudas numa área de 4.650m² no Horto do Barreto, com período de manutenção de três anos. As medidas compensatórias foram amparadas pela resolução SMARHS 01/2017 e o plantio deverá seguir os parâmetros da resolução INEA 143/2017.”

A nota é concluída com a informação de que “a autorização para a construção urbanística está baseada na lei da Operação Urbana Consorciada (OUC) da Área Central de Niterói, setor 10, Orla Niemeyer, subsetor 10.1.”

Já a Secretaria de Urbanismo de Niterói fez exigências em setembro para conceder a licença para a construção dos edifícios de apartamentos, que ainda não foram cumpridas. Falta a União Realizações Imobiliárias apresentar o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV); laudo do Corpo de Bombeiros; rever área de manobras nos estacionamentos; e rever todas as áreas de serviço delimitando-as e dando condições de iluminação e ventilação; dentre outras exigências técnicas.

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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8 thoughts on “Com árvores da Boa Viagem no chão, verdes falam em compensação ambiental

  1. Que crime ambiental???
    Para cada árvore cortada existe uma compensação, e é bem pesada. Hoje a lei manda serem plantadas 150 árvores para cada 1 cortada.
    Não está bom???
    Esses ecochatos querem engessar tudo. Construir para eles é um pecado capital!!!
    Quero ver fazer manifestação em frente as comunidades? Pq lá é onde mais se corta árvore. Mas lá ninguém quer ir, e onde mais se tem construção irregular atualmente. Mas aí não dá IBOPE. Lá na favela pode tudo e ninguém fala nada.

    1. Fernando, vc disse 150 mudas para cada árvore suprimida ? Gostaria que vc postasse aqui esta Lei que fala em tal exigência.

  2. É incrível uma coisa dessas. Se você quer cortar uma arvorezinha na sua casa…. Aí de você cortar sem pedir ao órgão da prefeitura uma autorização. Agora a Enem corta tudo que é árvore nas ruas de Niterói de qualquer maneira . Essas árvores (Que vejo pelas fotos são enormes pela grossura) na Boa Viagem, são cortadas e esses especialistas da prefeitura e dos órgãos ambientais acham que é tudo normal, que não é crime ambiental?!? Quanto essa gente está ganhando de salário por mês?

  3. A supressão de espécies exóticas (ficus italiano)
    em área particular (terreno urbano parcelado com finalidade de moradia e inscrito no IPTU, como imóvel predial) não constitui crime ambiental, não importa se as árvores tenham 10/20/100 ou até 400 anos, sempre serão espécies exóticas,e em alguns casos, erradamente e irresponsávelvente trazidas para cá,como as famigeradas amendoeiras, vindas da Índia, para se transformar no pesadelo da drenagem urbana e das galerias de águas pluviais.

  4. Por favor também divulgue a supressão de 18 árvores, e da vegetação nativa, que vem sendo feita pela Reitoria da Universidade Federal Fluminense, na mata existente atrás do prédio, que vem gerando grande preocupação aos moradores vizinhos. O risco de deslizamento de terra com as chuvas é grande, e não existe fiscalização nenhuma por parte da Prefeitura.

  5. Essa é administrado municipal que se gaba de ter superávit, contas no azul , secretaria de Fazenda e secretaria de planejamento modelo etc com seus representantes indicados para disputar a próxima eleição, deveriam ter a dignidade de se pronunciar sobre tal abuso e desrespeito.Isto não é secretaria de Meio Ambiente é SECRETARIA DE MAU AMBIENTE.

  6. Genteeeee!!! Ninguém vai fazer nadaaaa???
    Ninguém será responsabilizado por esse crime ambiental cometido na NOSSA CARA??? Como assim???

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