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Casa própria sonhada esbarra na crise

Escrito por Gilson Monteiro às 10:10 do dia 13 de novembro de 2017
Sobre: Mercado imobiliário
13nov

Dos cinco empreendimentos da João Fortes com obras atrasadas em Niterói, a gerente de negócios da empresa, Patricia Carmo, diz que dois deles  — o Miraggio Charitas e o Prime Collection – “estão com aceite de obras (habite-se) previstos para o final de 2017”.

Sobre a data de conclusão dos demais empreendimentos (Start Collection, Principado Fróes e Terramarine Icaraí), a João Fortes não comentou nada em nota enviada à coluna. A construtora justificou, mais uma vez, que sofre o mesmo impacto das empresas do mercado imobiliário com as restrições de crédito, o aumento da inadimplência e os distratos que reduziram a disponibilidade de recursos para a construção.

— Essas dificuldades se refletem em atrasos e transtornos para clientes de diversos empreendimentos, nos forçando a sequenciar serviços e entregas de empreendimentos, e, eventualmente, até mesmo interrompê-los temporariamente – afirma a gerente de negócios da construtora.

Compradores dos apartamentos em dia com o pagamento das prestações, que são corrigidas pelo Índice Nacional da Construção Civil (INCC), reclamam dos adiamentos da conclusão das obras, o que para muitos vêm trazendo transtornos por estarem agora sem a sonhada casa própria, tendo que morar de aluguel ou viver na casa de parentes.

A maioria está se reunindo em associações para cobrar na Justiça a entrega das chaves, como já fizeram os adquirentes de apartamentos do Terramarine e como estão fazendo o mesmo os do Start Collection.

Patrícia Carmo diz que a construtora busca manter os clientes “periodicamente informados exclusivamente pelos canais oficiais da companhia”.

— Lamentamos os transtornos causados pelos atrasos e lembramos que como contrapartida à postergação na entrega, a companhia posterga o vencimento da parcela de conclusão e indeniza todos os clientes adimplentes cujo prazo de conclusão tenha ultrapassado o prazo contratual, no valor correspondente a 0,5% (meio por centro), calculados sobre o valor do contrato atualizado pelo INCC, mesmo que a unidade ainda não tenha sido quitada. Este cálculo, segundo a jurisprudência, é o valor proporcional ao aluguel mensal de unidade equivalente. Da mesma forma, mantemos a atualização do saldo pelo INCC, uma vez que este é o índice que mede o aumento ou queda dos custos de construção, sendo os custos dos materiais e da mão de obra das obras igualmente atualizados por este índice – afirma a gerente da João Fortes.

Patrícia Carmo acrescenta que a construtora “oferece um atendimento individualizado aos clientes, buscando soluções particulares para cada caso”. Este ano já foram realizados aproximadamente 600 atendimentos presenciais e 23 mil telefônicos, contabiliza a gerente, garantindo que “a empresa com mais de 65 anos de tradição no mercado de construção e incorporação, mantem o compromisso de continuar a entregar as unidades a seus clientes e enfrentar as dificuldades econômicas do país”.

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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10 thoughts on “Casa própria sonhada esbarra na crise

  1. Alguém sabe me explicar por que uma construtora que diz responder periodicamente o cliente veda o próprio nome e o nome do empreendimento na fachada? Licença de publicidade? Me faz pensar que a João Fortes não quer que as pessoas que passem pelo local e vinculem o nome do projeto mal acabado à construtora! Pena que não consigo anexar o arquivo da foto da fachada!

  2. Diante das informações oficiais da João Fortes de que o TERRAMARINE não tem financiamento bancário, podemos tirar algumas conclusões prévias.
    – O mesmo não sofre nenhuma fiscalização externa.
    – Não há controle de qualidade ou auditoria.
    – A JF tem controle total e irrestrito de toda a obra e do valor pago por nós.
    Dúvidas:
    – Será que há algum problema financeiro da JF que dificulte o financiamento?
    – Será que algum problema na execução da obra causou algum impedimento?
    – Será que a JF realmente quer financiar o empreendimento, visto que possui cinco outros lançados em Niterói depois do Terramarine que já foram entregues ou estão em estágio avançado de finalização e acabamento?

    Sendo uma obra 100% da JF, de grande porte, ela pode utilizá-la como garantia para a finalização de outros empreendimentos, portanto a mesma pode não ter interesse em finalizá-la, e mesmo “pagando” uma indenização, estará ganhando dinheiro, pois o custo pode ser menor do que o que pagaria de juros (e custo de risco) por empréstimos a longo prazo.

    Como não há Patrimônio de Afetação, nós adquirentes não temos garantias de que o empreendimento será entregue, mesmo inacabado.
    No caso da JF falir amanhã, o empreendimento será bloqueado e entrará na massa falida, e será quase impossível recuperarmos nosso investimento.

    A criação do Patrimônio de Afetação é a única garantia que temos de que o empreendimento estará isolado da empresa e que em uma eventual falência ele não entrará no bolo da massa falida.

    Acesse o site http://www.terramarine.com.br da Comissão de Adquirentes TERRAMARINE e faça parte da ação judicial contra a João Fortes.

  3. ABSURDO!
    Compramos uma unidade do TERRAMARINE em novembro/2012, com promessa de entrega para abril/2016. Já postergaram três vezes a entrega e é notório que novamente não irão cumprir com último prazo divulgado.
    Investimos tudo que tínhamos na compra deste imóvel, honramos com tudo que foi acordado.
    Estamos morando de aluguel, sem perspectivas. Situação insustentável!

  4. Empresa com total descaso e falta de transparência com seus clientes! Vive dando desculpas sempre tentando enrolar todos os clientes, até permuta eu já tentei fazer, mas as condições que me deram não foram satisfatórias, a gente liga pra central de atendimento da empresa sempre falam que a data do habite-se ainda continua a mesma Jul/18, será impossível eles cumprirem está data. O INCC continua rolando solto!!!!

  5. A companhia não se manifestou sobre o Start Collection porque não tem o que falar, isso é uma vergonha total. Uma obra que ficou paralisada por mais de 1 ano, agora paralisada novamente a 2 meses e eles não tem nenhuma resposta concreta. Cadê a solução que eles falam acima? Que solução é essa? O que queremos é muito simples, vermos a obra retomada e terminada. Respeito aos clientes, verdade nas informações e obviamente, solução. Imaginem se deixássemos de pagar em dia, o que aconteceria conosco? Nosso apto iria a leilão…agora eles podem paralisar a obra e nada acontece? Vivemos num país desigual e essa construtora não está sabendo passar pela crise e honrar os seus compromissos.
    A empresa responde que nos mantém informados diariamente, se não procurarmos a informação e fiscalizarmos a obra, nada acontece. Mais uma vez jogando com as informações, uma pena.
    Quanto a postergação da parcela de término, obviamente uma vez não concluída a obra não é possível cobrar. Mais um absurdo.
    Outra questão é a multa de 0,5%. Isso é contratual uma vez tendo ultrapassado o prazo de entrega e depois disso os 180 dias que se findará agora nesse mês. Isso não é nenhuma bondade ou solução, é obrigação. Mais um absurdo de resposta.
    Em resumo, fico impressionado que mesmo através de um canal de imprensa não tiveram a hombridade de trazer alguma solução e responder especificamente sobre o Start Collection.
    Um absurdo total essa companhia. Muito triste passarmos por tudo isso.

  6. Simplesmente inaceitável o que a João Fortes está falando, basta passar em frente as obras e terão a noção do quanto os empreendimentos estão abandonados. Esse fato de que atendem as demandas isoladamente é mentira, pois temos um enorme grupo de moradores e compartilhamos nossas respostas entre os componentes do grupo e sempre é a mesma resposta padrão, dizendo que o prazo de entrega permanece inalterado e qualquer leigo vê as condições do prédio e identifica que essa obra não fica pronta no prazo informado. Para se ter noção da falta de caráter da empresa, por diversas vezes nós proprietários nos encontramos e analisamos os contratos de compra e venda e existem 3 datas de conclusão de obras informados em contratos distintos. Qual explicação essa construtora dá para esses casos? Como pode o mesmo empreendimento ter 3 datas de conclusões distintas? O empreendimento está com a licença da propaganda vencida há meses e deixam um saco preto escondendo o nome dela, para que as pessoas não tenham a visão que um empreendimento da João Fortes está largado.

  7. Compramos uma unidade no empreendimento Start Collection e, devido a demora da obra fizemos distrato, pensando que receberíamos nosso dinheiro de volta para seguir a vida…. Ledo engano!!! Vai fazer 1 ano que assinamos o acordo de distrato e eles não pagam. Continuamos presos à Jõao Fortes. Você entra em contato com eles e é sempre a mesma desculpa, a mesma resposta padronizada que eles enviam à qualquer pessoa, mesmo a situação sendo diferente da sua. O jeito é gastar dinheiro com advogado e esperar. O Sonho da casa própria tornou-se um pesadelo.

  8. Patricia,
    Há toda sorte de transtornos causados pela JFE que voce não imagina, inclusive alguma má fé.
    A CRISE e as dificuldades de mercado não são um privilegio da JFE, mas atinge a todos, indistintamente, inclusive a estes incautos Clientes.
    O Prime Collection já suporta o terceiro prazo de entrega não cumprido.
    As condições de multa por descumprimento de clausula contratual NÃO são isonomicas: A JFE cobra 2,0% por atraso de pagamento, e impõe um pretenso ressarmimento de 0,5% pelos atrasos ne entrega.
    A atitude da JFE é de um cabotinismo extremo.
    Atte.

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